Pensando, pensando, fui percebendo outras tantas expressões usadas no dia a dia que ao pé da letra destoam da interpretação dada devido a vasta possibilidade que a língua portuguesa permite em tal interpretação: “Rogai por nós” ( assim os religiosos pedem a Deus) e “Vou te rogar uma praga”( desejar mal a alguém); excomungar, de separar, expulsar da comunhão da igreja (a um ateu isto não é ofensa alguma), “pois não” forma de receptividade negativa, entre tantas outras expressões que como disse um amigo meu recebem uma “licença lingüística”.
Num bate papo, constatamos que toda esta problemática é uma via de mão dupla: o que se quer dizer, e o que se entende, o que supõem dizer, o que supõem entender...
E o que me instigou nisto tudo?! Bem, exatamente aqueles que supõem dizer. Não saber todas as vertentes e possibilidades de interpretação de uma frase proferida é causa muitas vezes de desentendimentos, incompreensões, equívocos e principalmente contradições.
Se eu perguntar a quem diz que teme a Deus se ele tem medo de Deus, provavelmente vai negar e se contradizer. E é nesta infinitude de licenças lingüísticas, nas contradições e equívocos é que penso então em parafrasear o provérbio chinês que diz: “Temos UMA boca e DOIS ouvidos, mas nunca nos comportamos proporcionalmente.”
Paraliara: Cuidado, quem muito fala dá bom dia a cavalo!