quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Música para quem não sabe tocar


Fico aqui, morrendo de vontade de ser tão geniosa musicalmente como caras que eu admiro tanto e que tanto me comovem quando ouço. Fico também me perguntando como se dá o gosto musical, o que faz os ouvidos agradecerem certas melodias e outras não. Melhor explicando, porque simpatizo mais com o Jazz do que com o Blues, por exemplo?!

Sei falar do que o Jazz me causa, talvez porque é o que mais me faz apurar minha habilidade de admiradora total de quem escuta, mas não sabe tocar.

Adoro a imprevisibilidade do improviso, de memorizar facilmente os acordes base dos temas já conhecidos dos grandes nomes como "Chick Corea" e seu incrível tema “Spain”. Mas o que mais me fascina no jazz é que cada músico imprime sua identidade nos improvisos (o que também me faz gostar mais de uns que de outros).

É no jazz que consigo ver mais claramente a inteligência musical de quem toca. Da quantidade de acordes que o cara faz e eu não consegui acompanhar, mas sei que foi genial.

Comecei bem, escutando os clássicos da MPB, bossa nova e bom rock nacional (aqueles que não compõem com três acordes), depois fui conhecendo a música instrumental, o jazz e o blues, e sempre gostei do casamento letra + melodia, acho sinceramente que uma complementa a outra. Agente nunca sabe quando foi a primeira vez que escutou aquele cara, aquele tema, aquela música. Mas lembra que procurou no myspace, no Google, na comunidade de discografias do orkut para tentar ver se os outros sons do álbum são tão bons ou melhores do que aquele que escutei neste algum lugar que nunca me lembro. Não sei tocar, mas sei escutar. Portanto, abaixo, duas dicas do que tenho escutando atualmente, que estranhamente me influenciam no que sou, no que ainda não sou e no que quero ser (em todos os sentidos).

Pra começar a série “Músicas para quem não sabe tocar” indico dois CDs brasileiríssimos, de dois caras que muito bebem na fonte do jazz contemporâneo:

- CD Arthur Maia– 1996

Porque é Superbacana?

Baixista das antigas no cenário instrumental brasileiro, Arthur Maia tem um estilo de fundir o jazz com um groove brasileiro, imprimindo em suas músicas um balanço gostoso e músicas muito melodiosas.

Minha dica:
Faixas 1 e 3 ( “Sonora” e “Alpha”)

Conheça o cara: www.myspace.com/arthurmaia


- CD Dwitza -Ed Motta -2002

Porque é Superbacana?

Primeiro porque é Ed Motta, segundo, porque o cara sai um pouco do pop, para viajar em experiências com instrumentos estranhos, vocalizações não menos estranhas, mas que sem dúvidas, mostra como em nenhum outro disco, sua bagagem musical e seu gosto apurado pelo jazz.

Minha dica:

Faixas 5 e 14 ( “Lindúria” e “Instrumetida”)